Páginas

domingo, 21 de novembro de 2010

nossos Cururús...

Liguei o rádio para ouvir o Programa do Agabatan " A cidade reclama" pois havia gravado uma entrevista já há um mês e até agora não pude ouvi-la, espero não estar sendo censurado por pessoas que tanto admiro, mas resolvi dar uma esticadinha e ouvir o programa de entrevistas do Américo, que grata surpresa, os entrevistados eram nada mais, nada menos que a dupla Cássio e Rejane, digo dupla porque vejo os dois sempre juntos o que vem a ser exemplo seguido por mim e esposa.
O Cássio me trouxe para a política local e me deu a oportunidade de disputar uma vaga na Câmara de Pirajuí em 1996, na ocasião contando com apenas 25 anos, já estávamos interados da maioria dos problemas da política pirajuiense, tanto foi, que em 2000 lancei a minha campanha à prefeito com os mesmos moldes da campanha do Cassinho,  prevalecendo sempre o respeito às diferenças e justiça social, atreladas ao respeito ao meio ambiente.
 Uma satisfação ouvir esses dois sobre a história de nossa "Peixe do Rio Dourado" o genocídio indígena, o assassinato do Padre Claro - Monsenhor, na Corredeira, a explicação desse nome, que não se atribuía a quedas d´água e sim a correria que era estar ou passar por aquele lugar, a chacina no lugar onde depois foi construído um templo católico, quantas histórias e quanto muito ainda dizer...

Falaram também sobre o trabalho de resgaste cultural no acervo da câmara que foi 'jogado' no sótão (se é que podemos chamar o lugar onde fica o espaço entre forro e telhado) do prédio onde hoje fica a prefeitura local, não sei se todos sabem, mas aquele prédio era a Câmara Municipal, naquela época não existiam "prefeituras" e administrava a cidade o então Presidente da Câmara, eleito por voto indireto, indicação dos próprios companheiros edis, este assumia então o papel de executor ou executivo. Partindo dessa situação parabenizo o vereador Wandão Grejo pela iniciativa e carinho com nossa história, queria muito ser presidente da câmara para poder realizar esse trabalho e de uma forma até discreta iniciar um museu municipal, fica pra outra ocasião.
Divulgaram também o trabalho do amigo estivense Levi Ramiro, que hoje é colocado pela crítica como entre os dez melhores intrumentistas da viola sertaneja do país.
Discorreram também sobre o ISANOP - Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista, instituto que passeia desde a defesa do meio ambiente, patrimônio cultural, animais (projeto Arca de Noé) e dos direitos sociais ligados ao desenvolvimento sustentável  -  www.isanop.blogspot.com - faltou falar que pra começar esse projeto que implicava gastos com documentação e outras coisas, vendemos uma velha máquina de lavar que recebi de doação e iniciamos aí o projeto, que hoje existe e teima em funcionar, assim como nós, né Cássio?!
Maravilha, me dispeço pensando o que esses dois não poderiam realizar com um pouquinho de apoio da prefeitura municipal, pois é!!!! Deixa pra lá! 
Abraços a esses dois lutadores e todas as pessoa s de bem que insistem em querer uma Pirajuí mais justa e melhor...


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Há poder no Poder Legislativo?

Não há como começar essa matéria sem antes evocar Montesquieu, o nobre iluminista francês no alto dos seus cinquenta e nove anos que previa no seu revolucionário livro "O Espíririto das Leis" a independência entre os poderes, propondo a divisão entre Legislativo, Executivo e Judiciário.

Isso é muito bonito na teoria, já na prática o que presenciamos é uma escravatura do Poder Legislativo em nossa sociedade, principalmente em Pirajuí onde agentes políticos entregam o 'bastão' ao alcaide municipal, anulando-se como vereadores e sendo mais 'um' do executivo ao invés de fiscalizar, orientar, cobrar e tomar conta do erário público.

Realmente existe essa confusão na própria população que desconhece  totalmente o assunto, muitas vezes alguns que me encontravam na rua, vinham com essa pergunta: E aí como está a Prefeitura? Tudo bem, até entendo que a preocupação é evidentemente a prefeitura, mas, a pergunta certa seria " Como está nossa câmara?" Muitos de nós, desconhece a diferença entre legislativo e executivo, e quando os cidadãos dizem a velha frase "Fulano... (vereador) não fez nada". Peraí! Vereador não faz! Vereador não 'executa'! Executar é próprio do executivo, ele é que faz, o legislador (vereador) fiscaliza, e o que é mais estranho, um vereador não pode fazer leis que onerem o erário público. Isso é aplicação do executivo, somente deve partir do executivo um projeto ou lei que venha dar gasto público, estranho não? Resumindo, um vereador fica com as mãos e pernas amarradas, somente podendo falar (comentar). Sim apenas isso é permitido, denunciar, fiscalizar, arbitrar...mas convenhamos é muito pouco, a maioria das câmaras dizem apenas sim ou não aos projetos do executivo, até as emendas são difíceis, no meu mandato fiz variadas emendas no orçamento e não fui atendido, é isso mesmo, o prefeito pode atender ou não tais emendas, resumindo, o prefeito faz o que quer.

Ou melhor, fazia, na segunda seção camarária de outubro, as contas do 'Príncipe Regente da República dos Paralelepípedos' não foram aprovadas e nosso alcaide sofreu sua primeira derrota política, por maioria simples 5  vereadores (favoráveis as contas) a 4 vereadores (favoráveis ao parecer do Tribunal de Contas  do Estado) - órgão auxiliador das câmaras municipais - o parecer do Tribunal foi confirmado ficando rejeitadas as contas do prefeito Jardel de Araújo, claro que praticamente não teve repercução na mídia, e pelos seus depoimentos em uma rádio local, tentou deixar a população despreocupada, mas será que ele está?

Nossa prefeitura ruma para ter mais um prefeito no rol dos fichas-sujas, já tivemos dois e provavelmente serão três, é uma pena.

Definitivamente, nosso legislativo municipal está a caminho de andar com as próprias pernas e não ser mais um servo ou escravo do poder executivo pirajuiense. Parabéns aos verdadeiros amigos do povo de Pirajuí, são eles Wandão Grejo, Leila Neme, Cirineu e Davi da Bicicleta, felicito-os pela coragem e honra a seus mandatos de vereador, tudo isso logo passa, mas o que sempre fica é a valorização da dignidade, da honra e do sentimento de missão cumprida, isso já está nos anais de nossa história e vocês fazem parte dela.