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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Mensagem de ano novo, com o otimismo do futuro e o pessimismo da realidade pirajuiense.


Em pleno 2013 ainda somos o país da esperança, apesar de ainda estarmos em 84º  no IDH (índice de desenvolvimento humano) classificação no ranking das Nações Unidas em comparação a 187 países.

As bolsas que o governo “partilha” com uma grande parcela da população que são, em grande parte, esmolas aos miseráveis econômicos deste nosso país, não me parece a melhor solução. Em longo prazo, se não investirmos em educação, e quando digo educação quero me reportar a adquirir ‘conhecimento’ e não apenas ‘comportamento social’ como muitos enxergam e confundem, transferir renda para famílias que ganham de acordo com o número de filhos, de fato não é uma receita de vida sustentável nem a melhor solução política para um país sério.

Sabe-se também que sete anos de escola no Brasil não ensinam o mesmo que na Argentina ou Chile (esse disparado na frente). Basta ver que esse ensino continuado aplicado aqui no estado de São Paulo não garante que a criança aprenda a ler e a escrever corretamente ou fazer simples operações matemáticas.

Pirajuí obteve bastante ajuda do poder federal, inclusive uma escola de ensino fundamental, mas não vejo uma obra de grande impacto que atinja diretamente as necessidades básicas da população.

Somos extremamente carentes de emprego, faltam indústrias, aliás, aqui fecham-se, como no caso da Etscheid, a carência vai além disso, Pirajuí é uma senhorinha de quase “cem” anos “sem” uma identidade econômica, não temos uma identificação ou qualificação profissional. Se pensarmos em Marília vinculamos a alimentos, se pensarmos em Franca ligamos a calçados masculinos, se pensarmos em Jaú atrelamos a calçados femininos, em Ibitinga – bordados e por aí vai... aqui em Pirajuí temos um problema muito grande de mentalidade, talvez ainda não estamos preparados pro progresso, muitas coisas incomodam, aqui teve uma época que os trailers de lanches que ficavam nas ruas incomodavam, as autoridades usaram um terreno para “regularizar” a situação, usaram um terreno de uma fundação educacional (29 de Março) justamente um lugar que seria próprio para uma escola técnica onde poderiam ter cursos profissionalizantes voltados a uma demanda profissional que tanto carecemos, inclusive também perdemos uma escola técnica a (Industrial). Aqui lanchonete incomoda falta de escola ou ensino não. Ah! Inclusive o “problema” que a população tanto se incomodou não foi resolvido, pois outros trailers voltaram para as ruas. Fazer o quê?

Vi uma reportagem recentemente nos semanários da cidade sobre um centro cirúrgico moderno em nossa cidade, pra que? Pra apenas um ou dois médicos altruístas (que é o que temos aqui) operarem? Cadê um corpo clínico ou especialistas? Temos médicos apenas para encaminhar? Pra depois praticarmos a “ambulançoterapia”, aliás, nossa melhor especialidade. - Coloca aí na ambulância que tá tudo resolvido! Somos como Pilatos, estamos sempre “lavando as mãos”.

Ah sim... agora no começo do ano eles se preocuparão conosco, tipo IPVA, IPTU, ITBI que inclusive esse teve na administração “passada – atual” porque não mudou, o maior aumento da história da nossa cidade, isso não aparece no “Jornal da Prefeita”, venda ou compre um imóvel pra você ver, vai querer excomungar esse governo municipal, o seu lucro, aquele que você imaginava ter na transição ficará com eles. E o que é pior, você continuará sem o calçamento na sua rua, sem transporte gratuito para seu filho na escola (eles são obrigados por lei a dar), ou melhor, sem transporte público nenhum, pois não temos, você quer ir a algum lugar? O problema é unicamente seu, compre uma “motinha” ou um carrinho velho, porque se você comprar um carro novo nesse país você terá que dar outro igual ao Governo Federal, como é isso? Muito simples, no IPVA paga-se 5% do valor do carro do qual você é proprietário (talvez “próprio-otário” qualificaria melhor) para os governos municipal/estadual – meio a meio, metade desse valor vai para o estado, metade vem para o município, no decorrer de cinco anos pagamos 25% do veículo, de dez anos pagamos exatamente metade, e ao longo de vinte anos... pronto! Dei um carro igualzinho pra eles! Peraí então pra eu ter um carro novo eu tenho que “doar” outro pro governo-cidade? Sim, exatamente.

Mas nem é isso que aborrece, o que é o fim da picada, é que nós não vemos o dinheiro voltar ou ser aplicado na cidade, 4 milhões por ano (dados de quatro anos atrás quando eu ainda estava vereador) dariam pra num prazo de 8 anos, que acaba sendo o mandato de um prefeito, pelo triste direito da instituição da reeleição, não daria pra “calçar” a cidade toda? Soma tudo e divide dois = 16 milhões, se você fosse prefeito não faria isso? Tá, então porque eles não fazem? Não sei, mas é uma boa pergunta pra eles quando baterem daqui 4 anos no seu portão, se é que irão!?
Deixemos tudo isso de lado, afinal é começo de ano, tempo de renovar esperanças já que esse mandato bizarro e enfadonho se findou (“Graças a Deus”) mas olhar para o futuro com um pezinho na realidade não faz mal a ninguém, além disso o pior cego é aquele que não quer enxergar. Não confundamos mudando de mudança com mudando de ser mudo e se calar, se calar nunca! Abraço.