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quinta-feira, 26 de julho de 2012

A síndrome do pequeno poder



Sim, eles estão por toda parte.

É aquele seu chefe que insiste em atrapalhar seu bom trabalho, reclamando de coisas infundadas pelo simples prazer de mostrar quem manda.

É também aquele segurança que resolve barrar sua entrada, só porque "ele pode".

É o pessoal do almoxarifado que não libera uma simples caneta porque você não preencheu aquele formulário de oito vias com três semanas de antecedência.

É o porteiro mandão que se apoia nas regras do prédio para exercer seu papel de mini déspota.

Eles estão todos por ai, ocupando seus pequenos cargos e seus pequenos poderes.

Sindrome do pequeno pênis.

O ego dessas pessoas não cabe dentro delas, ocupa um espaço maior do que o bom senso, o respeito e o ato de se colocar no lugar do próximo.

Elas não se interessam por coisas lógicas e nem tem a sensibilidade de entender sua reclamação.

Eles simplesmente seguem as suas regras.

Acham que estão cumprindo seu dever. O pequeno poder só consegue ver o que foi ensinado, só consegue ter uma pequena visão.

Geralmente é aquela pessoa que queria ser uma coisa, mas precisou ser outra.

Em meu trabalho, já cruzei com muitos chefes que queriam estar no meu lugar.

Como não conseguem o mesmo rendimento nem a mesma eficiência, muito menos os mesmos resultados, se esbaldam na tarefa de fazer da sua vida um inferno, exatamente o que seu sucesso faz com o ego deles.

Que pena, os pequenos poderosinhos se dedicam tanto ao seu processo de sabotagem (as vezes sabotam o próprio negócio para conseguir sabotar o próximo) que geralmente acabam conseguindo o que querem.

Usam suas atribuições de forma absoluta e imperativa, sem se preocupar com os problemas que geralmente ocasionam. Elefantes sambando na loja de cristais.

Para essas pessoas, vale a máxima, "se você quer conhecer uma pessoa de verdade, dê poder a ela", mas se quiser conhecer mesmo, dê a ela um pequeno poder.